Investigações encaminhadas ao STF apontam prejuízo ao poder público de R$ 9 milhões
BARBARA LOBATO E AGUIRRE TALENTO / época
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O senador Fernando Collor (Foto: Sergio Lima/ ÉPOCA) |
A Polícia Federal concluiu um dos
inquéritos contra o senadorFernando Collor (PTB-AL) na Lava Jato e o acusou de peculato – desvio de
dinheiro público por meio de seu cargo – por ter interferido para que a BR
Distribuidora, subsidiária da Petrobras, contratasse uma empresa que,
posteriormente, repassou recursos ao senador.
O
relatório da PF foi enviado ao ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal. Com base nas informações da PF, caberá agora
ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliar se apresenta denúncia ao
STF contra Collor.
O senador já é alvo de uma denúncia da Lava Jato no STF, sob acusação de
corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas ao esquema de corrupção da
Petrobras. Apesar de oferecida em agosto de 2015, o STF ainda nem apreciou a
abertura da ação
penal, o que colocaria Collor oficialmente na condição de réu.
Além dessa denúncia, o senador também responde atualmente a seis inquéritos
relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras.
Nessa
nova linha de acusação apontada pela PF, as investigações tiveram início após o
ex-diretor da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró revelar, em
colaboração premiada com a Procuradoria-Geral
da República, reuniões para obtenção de linhas de crédito à
empresa Laginha Agro Industrial, que pertence ao ex-deputado João Lyra
(PSD-AL).
A
BR Distribuidora firmou contratos com a Laginha no valor de R$ 5 milhões e uma
linha de crédito de R$ 2,2 milhões. Segundo investigação da PF, a Laginha
passava por dificuldades financeiras em 2010 em decorrência de desastres
naturais à época. Apesar disso, aponta o relatório da PF, o cenário de declínio
financeiro não foi obstáculo para a realização de contratos sem a exigência de
garantia compatível, o que gerou um dano ao Erário de aproximadamente R$ 9
milhões.
Essa
contratação só foi possível após intervenção direta do senador Fernando Collor
a fim de favorecer a empresa do ex-deputado Lyra, segundo o relatório. Para a
PF, após a atuação incisiva do senador, as contratações da BR Distribuidora
envolvendo a Laginha não consideraram pareceres jurídicos e nem consultas
técnicas que apontassem a fragilidade e possível dano ao Erário nas negociações.
Além
disso, há suspeitas de que um repasse de R$ 300 mil feito pela Laginha Agro
Industrial à Gazeta de Alagoas, empresa da família de Collor, seja propina ao
senador.
ÉPOCA
entrou em contato com a assessoria do senador Fernando Collor, mas até a
conclusão desta reportagem ainda não obteve resposta.
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